quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Quatro perguntas sobre privacidade na internet


 Aluna de Karla Emanuella Veloso Pinto, professora de Geografia do Centro Educacional NDA Ufla, - vencedora do Prêmio Victor Civita-Educador Nota 10, ano 2009, em atividade de informática. Imagem: Pedro Motta


Este ano, foram muitas as notícias sobre vazamento de informações e de senhas de usuários, além dos casos de espionagem na internet. Conversas sobre comportamento seguro na internet e publicação de informações pessoais nas redes sociais podem estar presentes nos diálogos entre professores e alunos em sala de aula.
Para verificar os hábitos que os internautas devem adotar para divulgar de forma mais consciente seus dados pessoais em provedores de email, redes sociais ou sites de compras online, veja quatro respostas sobre privacidade na internet. A consultoria é de Juliana Carvalho, coordenadora psicossocial do helpline, e Caio Almeida, coordenador de Tecnologia da Informação, ambos da organização não-governamental SaferNet Brasil.
1. Que medidas devemos adotar para proteger nossa privacidade na internet?
A primeira medida é não compartilhar a senha pessoal. As pessoas não tomam cuidado com isso. Às vezes, os usuários compartilham a senha para usar jogos online ou dividem com namorados para conhecer os perfis nas redes sociais. Senha é uma informação confidencial.
Uma pesquisa realizada pelo SaferNet, em 2009, indicou que 10% dos jovens entrevistados divulgam seus números de telefone nas redes sociais. E esse é um ponto importante: as informações ficam públicas, podem ser acessadas por qualquer um e, por consequência, você pode colocar sua segurança em risco.
Quando a pessoa cria uma conta de email, por exemplo, suas informações ficam registradas em um cadastro. É preciso tomar cuidado ao preencher cadastros ou criar perfis em redes sociais. O usuário não deve divulgar número de telefone, nome da escola onde estuda, endereço de casa ou do local de trabalho. Deve evistar publicar informações que localizem onde a pessoa está em determinado momento ou os lugares que frequenta.
Outra medida de segurança é criar senhas pessoais fortes que misturem letras e números e ter senhas diferentes para cada conta de email, perfil em rede social e outros tipos de site.  Além disso, o usuário deve sempre observar as configurações de segurança dos sites. Páginas confiáveis oferecem diferentes mecanismos de segurança, como pedido de autenticação de dados e notificação de quando sua conta de email é acessada de um computador diferente. É preciso que o usuário navegue bastante pelos sites que utiliza e verifique as opções de segurança que são oferecidas.
Não forneça informações para sites de compras on-line ou de compras coletivas que não são confiáveis. O Procon de São Paulo, por exemplo, já divulgou uma lista de sites de compras em que o consumidor não deve confiar por apresentarem falhas nos serviços de entrega. É interessante que o usuário faça pesquisas antes de utilizar sites como esses.
2. Que tipo de informações não devemos disponibilizar na internet? Por que devemos ter cuidado com isso?
Devemos tomar cuidado com os dados publicamos na internet porque eles podem ser acessados por qualquer pessoa.

Ainda não temos uma legislação específica para proteger nossos dados pessoais. A Constituição diz que todos têm direito à privacidade. Mas, na verdade, estamos sujeitos à política das empresas que podem compartilhar nossas informações com empresas de publicidade porque elas valem dinheiro. E essas empresas de publicidade vinculam os anúncios que veremos nos sites de acordo com o que pesquisamos ou mensagens que enviamos.
3. Como impedir que informações e imagens pessoais tornem-se públicas nas redes sociais?
No Facebook, o usuário pode restringir o acesso de outros internautas e configurar de maneira que somente seus amigos, ou parte deles, vejam as suas informações. Há também a opção de solicitar que a rede social envie um email quando o usuário for citado ou marcado em uma foto por outra pessoa.

Contudo, tratar de privacidade na internet é um desafio. Antes, a privacidade estava relacionada ao que você decidia que o outro poderia saber sobre você. Porém, com as redes sociais, isso passa a ser controlado por outras pessoas e não está mais sob controle apenas do indivíduo.
4. Temos lido muitas notícias sobre falhas de segurança dos sites e espionagem sobre os dados compartilhados usuários na internet (conteúdo de e-mails, senhas, etc.). O usuário comum consegue proteger seus dados?
Atualmente, não é possível obter 100% de segurança no tráfego de dados pessoais na internet. Sites e serviços na internet estão sujeitos a cometer esse tipo de falhas e expor as informações dos usuários.

Para proteger suas informações, o usuário pode tomar algumas medidas: não acessar alguns tipos de sites em lugares públicos como lan houses, lembrar de fazer logout [encerrar o acesso à sua conta de email] ao fechar a página, dar preferência ao uso de computadores pessoais com programas anti-vírus atualizados.

Existem ainda programas gratuitos de criptografia que codificam imagens e outros tipos de documentos [A criptografia transforma a informação de sua forma original e outra ilegível que só pode vista por alguém que possui uma "chave" capaz de decifrar o código]. Um programa gratuito para criptografia recomendado é o GNUPG. Ele permite que o usuário criptografe arquivos, dispositivos (pendrives, por exemplo) e e-mails. Para utilizá-lo, é preciso se familiarizar com o uso de um "par de chaves", que funcionam como dois arquivos secretos utilizados na criptografia.

Uma outra dica serve para os usuários que costumam ter mais de um email ou mais de um perfil em rede social e, em determinado momento, param de usar e esquecem a senha de acesso. Essa pessoa também fica vulnerável a ter seus dados expostos porque sua conta pode ser invadida por programas de vírus ou hackers. Recomendamos que o usuário encerre a conta e apague o perfil para evitar que outros usem seus dados ou essa identidade na internet.
Fonte: Revista Nova Escola

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